domingo, 11 de maio de 2014

Janio de Freitas ataca decisão de JB: “direito não é tão errado”


11 de maio de 2014 | 09:57 Autor: Miguel do Rosário
Alpino 20-3
A perplexidade não pára de crescer junto ao que restou de mentalidade esclarecida no país, ao que não foi devastado por um sistema midiático consolidado na ditadura. Barbosa recebe, naturalmente, um apoio dos despolitizados, da extrema-direita, dos degenerados, das pessoas que entendem justiça como linchamento ou “vingança”. Mas não das pessoas que tentam implementar, em nosso país, uma justiça moderna, rápida e eficiente, sem deixar de ser, porém, fundamentalmente humanista e essencialmente democrática.
Direito ou errado
Por Janio de Freitas, na Folha.
Cassadas as licenças de trabalho aos condenados do mensalão, Barbosa vai ter de cassar todas as outras
Quem tenha interesse, seja para o futuro eleitoral ou por outros propósitos, na permanência do “caso mensalão” como assunto incandescente na opinião pública, a mais recente decisão do ministro Joaquim Barbosa soa como melodia. Não só por manter José Dirceu preso em regime fechado. Sobretudo, isso sim, pelo fundamento invocado, que assegura novos embates de grande repercussão. Aliás, com o próprio ministro Joaquim Barbosa como personagem central.
O início da fermentação não tarda. Joaquim Barbosa entende, contrariamente ao adotado pela Justiça brasileira, que condenados ao regime semiaberto devem cumprir um sexto da pena em prisão fechada. Cassadas por isso as licenças de trabalho externo dadas a Romeu Queiroz e a Rogério Tolentino, e negada a licença a José Dirceu, até para não ser incoerente Joaquim Barbosa deverá cassar todos os outros já com trabalho externo. É uma fileira de nove.
Aí está uma ideia da movimentação de recursos a ocorrer em breve. Já nos próximos dias, porém, um dos mais importantes dentre eles, senão o mais, será encaminhado pelo advogado José Luis Oliveira Lima: com um agravo regimental, ele vai requerer que sejam submetidas ao plenário do Supremo Tribunal Federal a interpretação de Barbosa e as consequentes prisões fechadas de condenados ao semiaberto.
Oliveira Lima não tem motivo para contar com o atendimento à sua providência: o presidente do STF tem negado todos os seus recursos. Mas, de uma parte, desta vez a recusa tenderia a gerar um problema no Supremo. E, de outra parte, caso prevaleça, não há dúvida de que Oliveira Lima leve ao Conselho Nacional de Justiça um recurso com questionamentos amplos.
A divergência suscitada por Joaquim Barbosa precisa mesmo de uma solução definitiva, que não pode ser determinada por ele só. Prevalece em toda a Justiça, seguindo decisão já antiga do Superior Tribunal de Justiça, o entendimento de que a Lei de Execuções Penais se refere aos condenados a regime fechado ao dizer que, para passar ao regime semiaberto, é preciso ter cumprido um sexto da pena (o semiaberto consiste em saída para trabalhar e recolhimento à prisão ao fim do expediente, se atendidas condições como boa conduta, aprovação do emprego, e outras).
Joaquim Barbosa considera que aquela lei determina regime fechado, durante um sexto da pena, mesmo para os condenados ao semiaberto. Parece claro que, se assim quisesse, a lei o diria, entre tantos dos seus pormenores. E não se justifica que seja feita ao condenado a regime semiaberto, mediante as condições explicitadas, a mesma exigência feita ao condenado a regime fechado, de reclusão total durante um sexto da pena para receber o direito ao semiaberto. Sentenças ao regime semiaberto e ao fechado têm pesos diferentes, logo, seus cumprimentos não podem ser idênticos. O Direito não é tão errado.
Quem mais deseje se beneficiar com a reprise fique ao menos prevenido de que, ao final, talvez conclua não ter sido boa ideia.

Do Blog TIJOLAÇO.

Um comentário:

Unknown disse...

BARBOSA NAO ESTA FAZENDO ISSO, so por motivo de perseguiçao pessoal, nao é, definitivamente nao é. Ele esta obedecendo orientaçoes da extrema direita e PIG para forçar a barra para provocar reaçoes da sociedade principalmente dos militantes do PT e apoiadores para que haja manifestaçoes e provocar uma revoltar popular pelas arbitrariedades dele. Ai entao o golpe acontece com o pretexto de organizar a Naçao tal qual em 1964. O PT esta certo apesar de sofrer as perseguiçoes de JB em ficar na dele.