segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Assange se converte no Che Guevara do século XXI


“Refugiado na embaixada do Equador, Julian Assange fala da sacada, assume discurso antiimperialista, pede que o governo americano encerre a guerra declarada ao Wikileaks e agradece aos países sul-americanos, incluindo o Brasil; hacker é o revolucionário da era moderna

O australiano Julian Assange, fundador do site Wikileaks, viveu, nesta manhã, seu grande momento. Da janela da embaixada do Equador em Londres, ele fez o discurso político com o qual sempre sonhou, sob os olhares do mundo.

“Enquanto o Wikileaks estiver ameaçado, também estarão ameaçadas a liberdade de expressão e a saúde de nossas sociedades”, disse o hacker e jornalista, que pretendia concorrer a uma vaga no Senado na Austrália – o que o impede é uma ação por assédio sexual, que pode provocar sua extradição aos Estados Unidos.

Da sacada da embaixada equatoriona, ele falou diretamente ao presidente Barack Obama. “Os Estados Unidos da América estão diante de uma escolha”, disse ele. “Irão reafirmar seus valores revolucionários, sobre os quais foram fundados, ou irão se atirar ao precipício, nos puxando para um mundo perigoso e opressivo onde jornalistas se calam diante do medo da perseguição e os cidadãos vazam informações no escuro?”, indagou.

Dirigindo-se a Obama, ele pediu que os Estados Unidos encerrem a caça às bruxas aos funcionários da administração norte-americana suspeitos de vazar informações ao Wikileaks. Antes de toda essa confusão, o Wikileaks ganhou notoriedade por vazar dados secretos da invasão norte-americana ao Iraque – do Brasil, o Wikileaks também já publicou dados de contas bancárias atribuídas a Roseana Sarney e Tasso Jereissati no banco Julius Baer, negadas pelos dois políticos.

América Latina

Assange também prestou um agradecimento especial ao Equador, que “se levantou pela Justiça”, e aos países sulamericanos que manifestaram apoio a seu asilo, como Argentina e Colômbia – o Brasil também foi citado, muito embora o Itamaraty não tenha expressado uma posição oficial sobre o caso.
Apoiado por hackers e simpatizantes do grupo Anonynous, que se aglomeraram diante da embaixada equatoriana para invadir sua invasão por policiais ingleses, Assange, aos poucos, se converte na figura do revolucionário moderno. E que não necessita de armas para fazer sua Sierra Maestra, mas apenas de informação.

Assange citou o caso do oficial americano Bradley Manning, que está preso há mais de 800 dias, suspeito de vazar informações ao Wikileaks. “O máximo que a lei americana autoriza como prisão preventiva são 120 dias”, declarou.
Julian Assange é o Che Guevara da era moderna.”
Foto: Edição/247

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