quarta-feira, 11 de julho de 2012

Jornal mineiro censura coluna de Fátima Oliveira sobre Patrus Ananias




Beagá merece Patrus mais uma vez: o que é bom vale repetir
por Fátima Oliveira
Patrus é um prefeito inesquecível no imaginário popular belo-horizontino. É raro o dia em que alguém não fale “No tempo do Patrus”… “Se fosse Patrus o prefeito”… Conversas num pronto-socorro entupido de gente em macas dias e dias a espera de um leito que teima em não aparecer…
O que povo fala sobre Patrus prefeito, do que significou e fez diferença em suas vidas, evidencia que ele “carrega o selo de mito fundador, com poder de convencimento político que ainda arrebata corações e mentes” e também revela um capital político inconteste daquele que foi considerado o melhor gestor do SUS no Brasil, pois reformatou a atenção à saúde em Beagá de tal modo que a incompetência e o descompromisso de alguns que vieram depois não conseguiram destruir os alicerces da atenção à saúde estabelecida na gestão Patrus: o lastro do acesso universal como direito.
Eu disse em “Memória, compromisso e via-crúcis: do ‘Resgate’ ao Samu” que Patrus é pai do Resgate e avô do Samu. “Lembra do ‘Resgate’? Vou contar. É de onde foi parido o Samu 192 (marca Governo Lula, 2003). Lembra de Belo Horizonte sem ‘Resgate’? Nem vale a pena.
Em 1995, o prefeito Patrus Ananias, do alto de sua incomensurável sensatez humanista, entendeu que uma cidade do porte da nossa não poderia prescindir de um serviço público móvel para as urgências médicas e depender apenas do trabalho abnegado do Corpo de Bombeiros. Era convicto que a ressurreição da atenção digna à saúde exigia desatar aquele nó. Foi uma sacada de mestre! E colocou gente para correr atrás, ver experiências mundiais. Não ficou contando tostão por tostão. Decidiu ter uma política assim, custasse o que custasse”. Assim nasceu o Resgate: “ideia pioneira no Brasil, modelo para o Samu 192 em âmbito nacional”. (TEMPO, 02.03.2010).
Escrevi em “Equidade para as duas Beagás: mais para quem precisa de mais” que “Sabemos que ser belo-horizontino é um estado mental” e filosofava: “Nada mais instigante do que as eleições municipais para desencadear em mim o pensar e pensar. Porém, o caráter sui generis de alguns fatos da política mineira desafiam meus neurônios. Que bicho surgirá do cruzamento do ‘jeito petista de governar’ com o ‘choque de gestão’? Como duas vias tão díspares de administrar bens públicos poderão ampliar a cidadania? Quando da escolha de um prefeito ou uma prefeita, o que faz sentido é indagar o que queremos da futura administração da cidade”.  (O TEMPO, em 16.09 2008).
Mas “Aécio e Pimentel queriam apoiar um candidato que aprofundasse a relação entre a prefeitura e o governo estadual. ‘O objetivo era dar um caráter mais técnico e profissional’”, disse em recente entrevista o atual prefeito (O TEMPO, 07.07.2012).  Entenderam agora por que votei nulo? Ai, meus sais! E desde quando ser prefeito é isso?
Escrevi em 2008, mas vale para 2012: “Digo, com esperanças renovadas, que a gestão Patrus demonstrou em palavras e atos que priorizava a busca de soluções para os problemas mais prementes da cidade, em áreas nas quais as políticas sociais fazem a diferença, notadamente na educação, saúde, saneamento básico, habitação e alimentação dignas e saudáveis. Sobretudo, comprometida com as duas Beagás, considerando que o caminho da cidadania implicava em diminuir o fosso que separa uma da outra, adotando a equidade: mais para quem precisa mais”.
A manchete “Patrus Ananias dá novo rumo à eleição em BH” primou pela precisão, pois o que Beagá precisa é de mais uma dose de Patrus. Vale repetir!
NOTA DA AUTORA:
Artigo enviado ao jornal OTEMPO para publicação em minha coluna semanal na página de Opinião às terças, e não publicado!
Às 11:41, de 10/07, encontrei no jornal impresso, no espaço destinado à minha coluna (OPINIÃO, página 20): “A médica Fátima Oliveira deixa de escrever hoje, excepcionalmente, neste espaço”.
Escrevo em O TEMPO, semanalmente, desde 02 de abril de 2002, a minha primeira crônica foi “Muito prazer”;
1. Já tive uma crônica censurada, porém considerei que os argumentos eram pertinentes e protetores, pois realmente escrevi algo que daria um processo que de certeza eu perderia na Justiça: eram opiniões pessoais minhas sobre uma figura forte do governo Aécio, na qual nenhuma pessoa votou, com poder de mando em tudo;
2. Uma crônica foi rejeitada sob o argumento que o jornal tem por princípio não publicar defesas de “luta armada” (eu não sabia, mas respeitei o princípio), a referida crônica originalmente intitulada: “Expropriar bens surrupiados é ato político de justiça de classe” foi publicado no VIOMUNDO: Fátima Oliveira e a campanha insidiosa, em 18.10.2010.
3. Hoje não foi publicada uma crônica na qual declaro voto a Patrus Ananias (Beagá merece Patrus mais uma vez: o que é bom vale repetir), num escrito em que cerca de 90% já foi publicado em O TEMPO em outros artigos que mencionei no texto atual.
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