quinta-feira, 21 de junho de 2012

Reflexões sobre o apoio de Maluf à candidatura petista


Por Douglas Yamagata


O ex-presidente Lula é o principal puxador de votos do PT. E não só isso. É também o principal articulador das candidaturas e das principais alianças por todo o país. Dentro desta condição, é que chegou-se a construção da candidatura de Fernando Haddad para concorrer à prefeitura de São Paulo - fato que desagradou algumas “estrelas antigas” do partido.

No entanto, Lula soube administrar bem seus mandatos presidenciais, permitindo a inclusão de partidos antes “intragáveis” dentro do arco de alianças do governo federal. Que petista sonharia um dia em ter Waldemar Costa Neto como aliado? Ou ainda, Edson Lobão? Reinhold Staphanes? José Sarney? Fernando Collor? Argh... Pois é, o custo de se governar neste país é um remédio amargo... Mas é assim que funciona: a base de alianças.

Desta forma, o apoio de Maluf à candidatura Fernando Haddad não é nada anormal. O que ficou “espetacularizado” foi a foto de Maluf junto com Lula e Haddad. Não fossem as fotos e as filmagens, o impacto seria menor. Lula e Haddad não deveriam ter permitido a presença da imprensa.

O que entristece é a saída de Erundina como vice de Haddad. No entanto, não é de se acreditar que isso tenha tantos reflexos para a candidatura petista, uma vez que o PSB não irá se desvincular do apoio e inclusive poderá indicar bons nomes para a vaga deixada por Erundina.

Mas coloco uma reflexão.

Todo mundo está discutindo apenas “o que o PT tem a perder com Maluf”. Ninguém está discutindo o que se pode ampliar com Maluf.

É importante lembrar que Maluf foi prefeito da capital paulista e governador do Estado de São Paulo. Aliás, apesar dos pesares, ainda existem muitos malufistas, e isso poderá ser um diferencial para a campanha.

Lembrar que nas pesquisas, José Serra tem 30% - percentual que não é pouca coisa em se tratando de uma candidatura tucana na maior cidade do estado de São Paulo.

Aliás, se Maluf oferecesse o seu apoio ao PSDB, José Serra recusaria? Acredito que não.

Portanto, melhor o pragmatismo do bem, do que o pragmatismo do mal.

E vamos em frente porque o projeto é maior que a prefeitura de São Paulo...


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