sexta-feira, 15 de junho de 2012

CPMI do Cachoeira aprova novos depoimentos e quebra de sigilos



A convocação de Andressa foi aprovada por unanimidade

Do Vermelho - 14 de Junho de 2012 - 17h55

Após os depoimentos dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), ocorridos nos últimos dias, a CPMI do Cachoeira se dedicou nesta quinta-feira (14) a votar os requerimentos que definem os próximos depoimentos.
O comportamento dos parlamentares do DEM e do PSDB na sessão reflete o grau de desespero a que chegou os principais atingidos nas operações da Polícia Federal que originaram a CPMI. Quatro deputados tucanos chegaram ao absurdo de propor a convocação da presidenta Dilma Rousseff.

A aberração significa uma forma de desviar o verdadeiro foco de apuração da CPMI, pois o governo Dilma nada tem a ver com a máfia do Cachoeira, uma organização criminosa com sede em Goiás e que conta com seu braço político comandado por Marconi Perillo (PSDB) e Demóstenes Torres (ex-DEM).

O pedido também é uma aberração regimental, pois uma CPMI não tem poderes para convocar a presidenta da República. Em função disso, o pedido nem chegou a ser votado. Coube ao presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) informar que se tratava de um requerimento irregular.

Requerimentos aprovados

Foi aprovada a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos governadores Agnelo Queiroz e Marconi Perillo. Em seu depoimento dado nesta quarta-feira, Agnelo já havia colocado seus sigilos a disposição o que deixou Perillo numa situação constrangedora, pois no dia anterior ele se negara a fazer o mesmo.

Foram aprovados também a convocação do jornalista Carlos Bordoni, que coordenou as campanhas eleitorais no rádio do governador de Goiás, Marconi Perillo. Bordoni disse que recebeu R$ 40 mil como pagamento por serviços prestados na campanha. O dinheiro teria sido depositado na conta da filha do jornalista por uma empresa apontada pela Polícia Federal como integrante da organização supostamente comandada por Cachoeira.

Também foi convocado o ex-assessor de Perillo, Lúcio Fiúza, do policial civil aposentado, Alcino de Souza, apontado como laranja do esquema de Cachoeira, e do contador Rubmaier Ferreira de Carvalho. Eles também tiveram seus sigilos fiscal, bancário e telefônico quebrados.

O ex-segurança de Demóstenes Torres, Hillner Ananias, o ex-corregedor da Polícia Civil de Goiás Aredes Correia Pires e o arquiteto responsável pelo projeto da casa vendida por Perillo, Alexandre Milhomem também estão na lista de convocados.

Quebra de sigilos

Na sessão foi aprovado um requerimento que pede a quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico da empresa de confecções Excitant, que emitiu os três cheques para o pagamento da casa do governador Perillo, no valor de R$ 1,4 milhão. Além da Excitant, tiveram sigilos quebrados as empresas Rental Frota Logística, GM Comércio de Pneus e Peças, Faculdade Padrão, e Mestra Administração e Participações.

Uma das polêmicas principais da reunião foi a rejeição da convocação do empresário Fernando Cavendish, ex-dono da construtora Delta, e do ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot.

Os parlamentares governistas argumentaram que as convocações foram rejeitadas apenas neste momento. O entendimento é que primeiro devem ser analisados os documentos obtidos pela CPMI, e depois podem decidir se chamam ou não Cavendish e Pagot.

Unanimidade mesmo, foi só a convocação da mulher de Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça. A data do depoimento de Andressa ainda não foi definida, mas é aguardado com ansiedade.

Da redação em Brasília
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