segunda-feira, 7 de maio de 2012

Ditadura continua polarizando a imprensa brasileira


Gabriel Brito, Correio da Cidadania
“Em sua batalha diária por atingir o estágio de uma autêntica democracia, o Brasil continua recheado de confrontações políticas e ideológicas em torno do legado da ditadura militar que vigorou no país de 1964 a 1985. Em um dos principais campos dessa disputa, a comunicação, nota-se a mesma polarização, opondo, de um lado, a mídia burguesa e comercial e, de outro, a chamada mídia alternativa.
Não se trata de nenhuma casualidade, uma vez que a primeira incitou, festejou e apoiou incondicionalmente o golpe, até os seus estertores, quando, de forma obviamente oportunista, passou a acompanhar os ventos políticos de então, já soprando em direção à democracia. Do outro lado, estão os herdeiros que até hoje tentam substituir todos os órgãos de imprensa desaparecidos nos anos de chumbo, em geral recheados de jornalistas que de alguma forma conheceram de perto a repressão e o arbítrio fardado.
Como o Brasil até hoje não se confrontou de fato com seu passado sombrio e com a punição dos carrascos que torturaram, mataram e sumiram a bel prazer com corpos e direitos de opositores políticos, seguem as disputas nas ruas, nas comunicações e na justiça por abertura de arquivos, julgamento de repressores e aplicação de penas punitivas contra aqueles que cometeram os imprescritíveis crimes de lesa humanidade.
Aliás, a própria qualificação de tais crimes já mostra o partido tomado pelos citados setores da imprensa. Grupos como Globo, Folha, Estado, Abril insistem nas teses defendidas na lei de Anistia que os próprios militares promulgaram em seu favor. No entanto, convenções e legislações internacionais assinadas pelo Brasil se chocam diretamente com tais preceitos, tidos como inaceitáveis pelo direito internacional. Caso contrário, ficaria difícil punir genocidas, ditadores, torturadores e assassinos em geral de outros regimes autoritários, conforme já procederam alguns países.
Por conta disso, o Brasil voltou a ficar na alça de mira da luta mundial pelos direitos humanos, após ser condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos no caso referente à guerrilha do Araguaia, quando desacatou a ordem de buscar os restos mortais dos guerrilheiros ali mortos em combates contra o exército, que por sua vez continua a homenagear os facínoras do regime de exceção e mostrar lamentável negligência na elucidação de seus crimes.”
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