sexta-feira, 4 de maio de 2012

Dilma muda poupança. Juros são os menores desde Plano Real


Saiu na primeira página do Valor:

“Poupança muda e juro real cai a 2,45%, o menor desde o Plano Real”


“A mudança derrubou ainda mais os juros futuros, que passaram a apontar uma taxa Selic de 8% a 8,25% para o ano. A taxa real de juros – de 360 dias, descontada a inflação projetada em 12 meses, de 5,53% – atingiu nova mínima histórica, aos 2,45% ao ano.”


Que horror !

Essa Dilma …


Diz Claudia Safatle, também no Valor:

( …)


De pouco adianta cortar a taxa básica, porém, se os bancos continuam salgando os juros ao tomador de crédito, sob o argumento do aumento da inadimplência. Dilma virou as baterias contra as margens cobradas pelo sistema bancário – os spreads, calculados pela diferença entre as taxas de captação e as de aplicação dos bancos.


Além dos discursos, o governo lançou mão da Caixa e do Banco do Brasil para forçar a concorrência. Ambas as instituições reduziram as taxas de juros praticadas nas diversas linhas de crédito, numa iniciativa para “persuadir” os bancos privados a seguirem igual caminho ou perderem mercado. Tal ação pode ajudar, mas é insuficiente.


Nos anos 90, o governo abriu o mercado financeiro brasileiro para os bancos internacionais, na tentativa de criar um regime concorrencial. Não teve sucesso. As poucas casas estrangeiras de varejo que vieram para o Brasil logo aprenderam a lógica do funcionamento local.


Os cinco maiores bancos que operam no país hoje – BB, Caixa, Bradesco, Itaú e Santander – detém 65% dos ativos totais do sistema financeiro, 67% do saldo total das operações de crédito e 76% dos depósitos.


Há um oligopólio no setor. Oligopólios não se constrangem muito com discursos oficiais. Mas podem responder a regras mais severas de regulação.


Ainda na primeira página, diz o Valor:

“  … a medida ainda mantém a pressão sobre os fundos de investimentos que cobram altas taxas de administração… 40% dos fundos DI e de renda fixa distribuídos no varejo vão continuar perdendo poupança. Com juro de hoje – 9% ao ano – praticamente metade dessas carteiras já rendem menos que a caderneta.”


“O governo preservou a atratividade dos fundos com taxa de administração de até 0,75% para aplicações em seis meses e taxas de até 1% para investimentos a partir de um ano … São nessas carteiras mais baratas estão cerca de 80% do patrimônio dos fundos DI e de renda fixa.”


Ou seja, os fundos de investimentos vão ter que cortar na carne.
Navalha
A Globo e o Estadão comportaram-se com moderação.
A mudança da Dilma foi tão bem feita que não deu tempo nem espaço para o PiG (*) disseminar o pânico.
A exceção é a Folha (**), que é o que é, porque o dono é o que é.
Na primeira página, assusta: “Dilma corta ganho da poupança”.
Até a Urubóloga foi sensata.
Embora, no Bom (?) Dia Brasil, se tenha engasgado, quando o Chico Pinheiro perguntou o que aconteceria se a inflação voltasse a subir. Ora, se subir, a Selic sobe para mais de 8,5% …)
Foi sensata, porque ela sabe que a Dilma ganhou a guerra.
Os juros vão cair – já caíram – e os bancos privados vão ter que trabalhar mais.



Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Do Blog CONVERSA AFIADA.

Nenhum comentário: