quinta-feira, 3 de maio de 2012

Dilma desarma poupança e previdência. Urubologia em crise

A Presidenta Dilma Roussef tinha em mãos um desafio saboroso: continuar a derrubar as taxas de juros.

Para isso, ela chamou os bancos privados na chincha, apesar da furiosa resistência do PiG (*), que defendeu os bancos antes da Associação que os reúne, a Febraban.

E, para continuar a reduzir os juros com jeito de  “de primeiro mundo”, como ela diz, seria preciso alterar a regra da poupança.

A poupança remunera à base da TR (taxa referencial) mais juros de 6,17% ao ano.

Tornou-se uma barreira de resistencia à queda dos juros.

Isso vai mudar.

Segundo o Valor, os NOVOS poupadores serão remunerados à base de 70% da Selic e por degraus – poupador mais pobre recebe mais; mais rico, menos.

Essa providencia significa que os juros continuarão a cair; se os juros caem, o dinheiro estrangeiro da “ciranda” virá em menor quantidade; e o Real se desvalorizará, para a felicidade dos exportadores brasileiros.

Como já aconteceu nesta-quarta feira: o dolar chegou a R$ 1,92, o valor mais alto desde julho de 2009.

Que horror !

Os urubólogos estão de luto.

E, além disso, a Dilma desarmou outra encrenca, também estrutural.

Sancionou nesta quarta-feira o novo regime de previdência do funcionalismo público – e aliviou as contas da previdência para o futuro.

Desarmou uma bomba que países ditos “desenvolvidos” não conseguiram, ainda.

Compatibilizar a crescente expectativa de vida com a saúde dos fundos de previdência estatal.

A França, a Inglaterra, os Estados Unidos estão a dizer … essa Dilma …

Os Urubólogos estão de luto, de novo.

Essa Dilma…

Em tempo: a manchete do Globo é outro serviço que o PiG (*) presta à causa dos bancos privados:

“Depois da pressão de Dilma, ações de bancos despencam”.

Sinal de que o pessoal lá de Marechal Hermes bate palmas para a Presidenta.

O Globo quer que a Classe C se exploda !

Acompanhe, agora, amigo navegante, os textos do PiG (*) sobre a Dilma.

É uma espécie de elogio fúnebre do colonismo (**) piguento:

Poupança deve ter rentabilidade igual a 70% da Selic


Por Claudia Safatle, João Villaverde e Monica Izaguirre

De Brasília


Após cinco horas de reunião com a presidente Dilma Rousseff, ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega voltou ao seu gabinete para terminar o novo modelo de remuneração das cadernetas de poupança que o governo anuncia hoje. A base da proposta do Executivo, que será encaminhada por medida provisória para o Congresso, é garantir à caderneta uma rentabilidade equivalente a 70% da taxa Selic. Discutia-se, ainda, a possibilidade de se fazer uma escala conforme o valor dos depósitos. Até determinada faixa (R$ 50 mil ou R$ 70 mil, por exemplo), o poupador receberia 80% da Selic e acima desse valor, 70%. Para as aplicações já existentes não deve haver qualquer modificação.


A divulgação da medida, que originalmente seria feita ontem, foi adiada para hoje. A presidente terá, à tarde, vários encontros para obter apoio político à alteração das regras da poupança. Primeiro, com o Conselho Político e, em seguida, com as centrais sindicais e empresários. Antes, porém, deverá ter uma nova discussão com Mantega para fechar o texto final.


Tratada com extrema cautela pela presidente, pelo impacto político que pode gerar a alteração na rentabilidade da principal aplicação do pequeno poupador, a caderneta acabou tornando-se um entrave para a queda da taxa básica de juros, a Selic.


Dilma sanciona lei da previdência do funcionalismo


DE BRASÍLIA


A presidente Dilma Rousseff sancionou com três vetos a lei que institui as Fundações de Previdência Complementar do Servidor Público (Funpresp). O novo regime é uma tentativa para reduzir o deficit da Previdência do funcionalismo federal, em torno de R$ 60 bilhões por ano.


O Ministério da Previdência calcula que as fundações poderão contabilizar R$ 160 bilhões nos próximos 25 anos, valor semelhante ao registrado pela Previ, fundo dos funcionários do Banco do Brasil.


“Considero um passo importante para reforma da Previdência e para tranquilidade daqueles que viam a sangria dos recursos da Previdência”, disse o ministro da Previdência, Garibaldi Alves.


A lei modifica o regime de contribuição somente para futuros servidores federais, que forem nomeados após a aprovação da criação dos fundos pela Previc, órgão que regula o setor de fundos de pensão no Brasil. O Funpresp não atingirá servidores antigos.


Os servidores só terão aposentadoria garantida até o teto de R$ 3.916,20 mensais aplicado hoje pelo INSS, que atende os trabalhadores da iniciativa privada. Para receber mais, eles terão de contribuir para as fundações. O governo também contribuirá para os fundos, empatando o índice aplicado pelo funcionário até o limite de 8,5%.


Previdência urbana registrou em março o melhor superávit da história


Stênio Ribeiro

Repórter da Agência Brasil


Brasília – A Previdência urbana registrou arrecadação de R$ 21,78 bilhões no mês de março e desembolsou R$ 18,59 bilhões com o pagamento de 16,8 milhões de benefícios. Há portanto, um saldo de R$ 3,19 bilhões, que se constitui no melhor superávit de toda a série histórica, sem contar os meses de dezembro, quando a arrecadação quase dobra por causa do décimo terceiro salário.


A informação foi dada, hoje (2), pelo ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, ao apresentar relatório sobre o desempenho do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) no mês passado. O resultado de março reverteu o déficit de R$ 97 milhões em fevereiro último e o saldo de março aumentou 169,8% comparado a R$ 1,18 bilhão em igual mês do ano passado.


Segundo Garibaldi, o valor leva em conta o pagamento de sentenças judiciais e a Compensação Previdenciária (Comprev) entre o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e os regimes próprios de Previdência Social (RPPS) de estados e municípios. Ele explicou que a arrecadação líquida de março cresceu 17,9% sobre fevereiro e 17,7% sobre março de 2011, especialmente por causa da prorrogação do pagamento dos tributos do Simples Nacional, cujo vencimento foi transferido de janeiro para até 12 de março.


Pelas contas do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), a Previdência urbana arrecadou R$ 59,58 bilhões de janeiro a março, com aumento de 8,9% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior. As despesas com o pagamento de benefícios também cresceram, mas em volume proporcionalmente menor. Aumentaram de R$ 51,43 bilhões, em 2011, para R$ 54,70 bilhões neste ano, deixando saldo acumulado de R$ 4,885 bilhões no trimestre.

Do Blog CONVERSA AFIADA.

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