quarta-feira, 21 de março de 2012

Serra tenta sabotar CPI da Privataria


Do Blog do Miro - 21/03/2012

Por Altamiro Borges


Com base nas denúncias do Fantástico da TV Globo, o exibicionista Álvaro Dias – que parece querer ocupar o posto de “senador ético” depois da tragédia que abalou o seu amigo demo Demóstenes Torres – decidiu coletar assinaturas para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a suposta corrupção no Ministério da Saúde. Será que ele consultou José Serra?

A iniciativa do senador tucano pode causar insônias ao eterno candidato. Por um lado, porque uma das firmas denunciadas pelo Fantástico, a Toesa, iniciou seu meteórico crescimento na gestão de José Serra no Ministério da Saúde, durante o governo FHC. Quando foi eleito prefeito, Serra também contratou a empresa, que inclusive montou uma filial na capital paulista.

Chacoalhada na base governista

Além disso, o assanhamento da oposição de direita pode dar uma chacoalhada no governo e nos parlamentares da sua base que ainda resistem à proposta de criação da CPI da privataria tucana, protocolada pelo deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP). As crises políticas às vezes ajudam a superar o pragmatismo exacerbado e acovardado que impera no mundo institucional.

A criação desta CPI abateria os tucanos metidos a éticos. Além de desnudar os crimes cometidos no processo de privatização das estatais, durante o reinado de FHC, ela colocaria no banco de réus inúmeros privatas, a começar de Serra, sua filha, seu genro e ex-tesoureiro de campanha. O livro de Amaury Ribeiro, “A privataria tucana”, é uma fonte inesgotável de documentos e provas.

Tentativa de postergar a instalação

Não é para menos que Serra, agora candidato ao “enterro” da prefeitura paulistana, tem feito de tudo para sabotar a sua criação. Segundo Protógenes Queiroz, a comissão virou “moeda de troca” entre parlamentares governistas e oposicionistas. Em entrevista exclusiva ao jornal Correio do Brasil, o deputado afirmou que existe “uma ação pesada para postergar a CPI”.

Apesar dos obstáculos, Protógenes está otimista. “Agora é inexorável. A CPI já foi instalada. Não tem mais como voltar atrás. O que se discute são os nomes dos integrantes, mas há uma pressão muito grande, por parte de setores conservadores na Casa, na oposição e em parte do PMDB, para que os trabalhos comecem mesmo somente depois das eleições”.

Pressão urgente da sociedade

O Correio do Brasil ouviu um “renomado líder tucano, que prefere falar em condição de anonimato”, sobre a manobra em curso. “Sem dúvida, um setor do partido tem trabalhado incansavelmente para adiar a instalação da CPI. Se os trabalhos começarem antes das eleições, a campanha de Serra corre o sério risco de ir direto ‘para o vinagre’”.

Para Protógenes, o fundamental agora é intensificar a pressão da sociedade. “Vamos começar a recolher o apoio, por todo o país, dos eleitores que querem ver o Brasil passado a limpo. Em São Paulo, teremos pontos de recolhimento de assinaturas. O mesmo movimento se repetirá no Rio de Janeiro e nas principais capitais do país. O momento agora é de mobilização popular”.

A iniciativa do senador tucano Álvaro Dias pode, de forma indireta, contribuir com esta mobilização. Ela embaralha a manobra da “moeda de troca” e confirma a urgência de se desmascarar o falso moralismo da oposição demotucana e da sua mídia. A conferir!

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