domingo, 4 de março de 2012

Datafolha explora o reccall de Serra: mas vaias sinalizam torniquete de rejeição e descrédito


“O primeiro dia de campanha de rua do pré-candidato José Serra, neste sábado, foi planejado para passar uma imagem de popularidade e renovação. Nada melhor que uma visita  ao Centro Cultural da Juventude "Ruth Cardoso", na empobrecida zona norte da capital, para colher cenas de integração entre o tucano e a juventude da periferia. O dia era ideal: um show do rapper Criolo reunia centenas de moços e moças em fila que serpenteava as instalações do centro em busca de ingressos. O tiro do oportunismo saiu pela culatra do desgaste. Tão logo a figura do arestoso ex-governador despontou no local, cercado de comitiva e câmaras para colher cenas destinadas à propaganda eleitoral, irrompeu a espontânea, esférica, densa e incontrolável catarata de vaias e apulpos. Serra recolheu-se no interior do recinto em 'visita às instalações'. Inútil: à saída, nova muralha de vaias e xingamentos ofuscaria a comemoração dos 30% de intenções de votos alardeados em seguida pelo Datafolha. O episódio simbólico da presença oportunista na periferia da capital deu substancia a um teto de 35% de rejeição e demolidores 66% de descrédito que cercam o nome de José Serra, onde quer que ele vá. Inclusive dentro do seu próprio partido, como mostra a análise da editora de Política de Carta Maior, Maria Inês Nassif, em sua coluna nesta pág (Leia também a análise de Emir Sader e a coluna de Mauro Santayana sobre o cenário político eleitoral; e o Blog das Frases, sobre a herança ruinosa do comodato Serra/Kassab numa São Paulo que passou a contar com um novo tipo de chuva: pedaços de concreto despencam de viadutos e pontes com alarmante regularidade, por falta de manutenção).”

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