sexta-feira, 21 de outubro de 2011

No Rio de Janeiro, o horror à gente diferenciada volta a atacar

Thalita Pires, Rede Brasil Atual
“Neste dia 22, está programada uma manifestação contra a construção de uma estação do Metrô em Ipanema, no Rio de Janeiro, mais precisamente na Praça Nossa Senhora da Paz. O protesto está sendo organizado pelo Projeto de Segurança Ipanema, uma organização de moradores. A coordenadora do PSI, Ignez Barreto, afirmou ao jornal O Globo que a estação prejudicará o bairro, que é famoso por se "charme, comércio de alto nível e serviços sofisticaods". Para ela, a estação na praça também "afetará a segurança pública". Busquei contato com o projeto durante todo o dia, mas não obtive resposta.
Ao ouvir esse tipo de argumento, é impossível não lembrar da resistência dos moradores de Higienópolis, em São Paulo à construção de uma estação de metrô no bairro. A vitória do lobby dos moradores na negociação com o governo do estado levou à organização do Churrascão da Gente Diferenciada, protesto bem-humorado que conseguiu chamar grande atenção sobre o tema.
A distância de uma Via Dutra entre as cidade não impede que os argumentos dos moradores dos dois bairros sejam muito semelhantes. Com um verniz sofisticado, os descontentes demonstram um medo exacerbado de que "suas" vizinhanças sejam invadidas por pessoas que não estavam lá antes, e que não são bem-vindas. Todos os argumentos estão expostos no manifesto publicado pelo grupo, na figura acima.
Ouso acrescentar uma especificidade de Ipanema, que apesar de não ser citada no manifesto acredito ser importante. A praia de Ipanema ganhou muitos visitantes da Zona Norte do Rio quando a estação Ipanema/General Osório, na divisa do bairro com Copacabana, foi inaugurada, em 2009. A praia ficou ainda mais lotada do que já era, numa faixa de areia que só diminui de tamanho. Mais estações de metrô significaria mais gente na praia, com mais facilidade de acesso para pessoas de baixa renda.”
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