quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Exageros sobre a crise


Delfim Netto, CartaCapital
“Agentes do mercado financeiro e suas forças auxiliares que não se libertaram do vício dos “derivativos” fizeram um grande esforço de mídia para mostrar que a valorização do dólar em relação ao real é apenas consequência das medidas de restrição cambial adotadas pelo governo brasileiro. E num tom ainda mais exacerbado, após a traulitada que tomaram no câmbio, disseram que a desvalorização do real é a “gota d’água” que vai fazer transbordar os limites de nossa meta de inflação.

Grande exagero e uma boa dose de terrorismo, por várias razões: 1. Com exceção do iene, todas as moedas do mundo se desvalorizaram ante o dólar americano. Não se trata, portanto, de um fenômeno brasileiro. 2. O dólar se fortaleceu porque os investidores acreditam que ele ainda é o refúgio mais seguro quando aumentam os riscos nos mercados financeiros, independentemente do fato de ter “perdido” um dos três “A” da agência de qualificação (que, por sinal, está sob investigação por suspeita de fraudes). 3. Com a transferência dos capitais para os Estados Unidos, a tendência do dólar é a de continuar se valorizando. 4. Há problemas de inflação em todos os países com a continuação da crise, cada qual com diferentes causas e intensidade.

A meta de inflação é um instrumento útil para estabilizar as expectativas inflacionárias e para ajudar os bancos centrais a manterem taxas adequadas às políticas econômicas traçadas pelos governos. Por ser um sistema bastante inteligível, ele reduz os custos sociais nos ajustes salariais, quando se tem de discutir não só a distribuição dos ganhos de produtividade, mas também a inflação futura. Sendo crível, ela permite limitar a discussão a um só aspecto: como distribuir o aumento da produtividade entre capital e trabalho.”
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