segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Enem: a elite não quer ver o pobre subir na vida



O excelente ministro da Educação Fernando Haddad tem a mania de ver o pobre na faculdade.

E sai por aí a abrir universidades e escolas técnicas e, por isso, sofrerá, para sempre, o preconceito que a elite expressa no PiG (*).

O ENEM, como se sabe, é a banda larga para o pobre entrar na universidade.

Permite que o estudante do interior do Amapá concorra, em teoria, em igualdade de condições com o morador dos Jardins de São Paulo.

É um instrumento de ascensão social tão poderoso que o então governador (sic) de São Paulo, Padim Pade Cerra (**), com a invariável ajuda do PiG (*), boicotou o ENEM nas universidades estaduais de São Paulo.

O ENEM de 2010 é um sucesso inquestionável.

O Ministro Haddad o divulgará nesta segunda feira.

O total de inscritos aumentou: de 4,2 milhões em 2009 para 4,6 milhões.

O resultado mostra que o desempenho dos alunos melhorou.

Nas quatro provas objetivas, a nota média passou de 502 para 511.

Nas provas de ciências da natureza e ciências humanas, foi de 502 para 512.

Na matemática e língua portuguesa, pulou de 500 para 510.

Em redação, foi de 585 para 596, embora a comparação entre os dois anos seja mais complicada.

O estudante brasileiro melhorou, não é isso, amigo navegante ?

Não !

O pobre continua a ser um parvo !

Esse, coitado, que estuda em escola pública, aproxima-se da idiotia.

Bom mesmo é o filho de rico !

Que estuda em escolas pagas !

Esse é que é o bão !

O da elite !

Que outra interpretação se pode extrair dos títulos de jornais do PiG (*) nesta segunda feira ?

A Folha (***), líder da elite do “new money” em São Paulo traz a manchete: “rede pública perde espaço entre melhores do ENEM”.

Bem feito !

Quem manda estudar em escola gratuita !

Melhor seria fechar todas as escolas públicas – não servem para nada !

O Globo, da categoria “newest money” da elite brasileira, tem na primeira página título alarmante: “ENEM reprova (sic) ensino das escolas públicas – no Rio, o índice também foi alarmante: 76% das escolas públicas não alcançaram a média nacional”.

O Estadão representa em São Paulo o “old Money”, ou o que dele restou, é mais precavido:

“Em um ano, nota média do ENEM cai em 68% das escolas de elite em São Paulo.”

“Colégios afirmam que seus melhores alunos não se inscrevem no exame, porque USP e Unicamp não utilizam a nota no vestibular.”

Como observado, isso faz parte do programa separatista da elite de São Paulo, expresso no governo do Padim Pade Cerra.

O Brasil inteiro faz ENEM, menos as universidades do Estado de São Paulo.

“Rio e Minas, estados com universidades federais que usam o ENEM, têm boas notas”, diz o Estadão.

De novo, o PiG parece um pouco perplexo diante do avanço inexorável do ENEM.

É possível que o aumento significativo do número de inscritos seja, em parte, responsável pela queda da nota das escolas públicas.

Mas, e daí ?

O que significa o resultado das escolas pública num ano ?

O que interessa é que o ENEM amplia o papel de banda larga para a entrada do pobre na universidade (menos na São Paulo do Cerra).

Inclusive nas escolas pagas, onde o número de alunos do ProUni se aproxima de um milhão.

É um horror !

A elite está cercada de estudante pobre de todos os lados.

Por isso, esse preconceito furioso.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Conseguirá o Padim viver sem os arapongas que o Alckmin demitiu e o Amaury vai descrever no livro que está na gráfica ?

(***) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Do Blog CONVERSA AFIADA.

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