terça-feira, 15 de março de 2011

Obama vai falar na Brizolândia. O Kamel não engole ele até hoje

    Publicado em 15/03/2011

Para o jn, Brizola e Vargas não existem


A Cinelândia se tornou, com o tempo, a Brizolândia.

No lindo centro velho do Rio, a Cinelândia fica perto da sede do PDT.

Tem ali um busto de Vargas.

Ao fundo, o Teatro Municipal.

Atrás, a Biblioteca Nacional.

Ao lado, ficavam o Senado e o Obelisco, onde Vargas amarrou os cavalos em 1930, mas um governo militar (iluminado, segundo alguns historialistas) os derrubou.

O busto de Vargas recebe uma romaria todo dia 24 de agosto.

Ali, Brizola fez o comício da vitória de 1982 (*), quando a multidão cantou a “briza que chegava”.

Por muitos anos, os desdentados brizolistas ocuparam a Cinelândia.

Ali, por tradição, passaram a se realizar os comícios dos candidatos trabalhistas.

Lula e Dilma estiveram lá.

(Os comícios dos tucanos se dão na piscina do Country Club, que fica entre Ipanema e o Leblon. Eles preferem não pisar na água, para não se contaminar.)

Ontem, ao anunciar que Obama fará um discurso na Brizolândia, o Ali Kamel mencionou a Passeata dos Cem Mil – que a Globo boicotou – e o comício das Diretas Já !, que a Globo ignorou desde seu lançamento, em São Paulo.

(O jornal nacional disse que a multidão da Praça de Sé, em São Paulo, estava ali para comemorar o aniversário da cidade.)

(O comício das Diretas, na verdade, foi na Candelária, e, não, na Cinelândia, que não o comportava.)

O Ali Kamel de ontem ignorou a Cinelândia de Vargas e Brizola.

O Dr Roberto Marinho não engoliu os dois até hoje.

E os filhos – eles não têm nome próprio – não engoliram o herdeiro do trabalhismo: o Nunca Dantes.

Clique aqui para ver um vídeo inesquecível: o jornal nacional é obrigado a divulgar editorial do Brizola contra Roberto Marinho.

E aqui para assistir a outro vídeo, num horário eleitoral, em que Brizola recomenda não ler o Globo.

É por isso que o Ali Kamel finge que a estátua na Cinelândia é a do Dr Roberto.

Porque Brizola é o único político brasileiro que enfrenta a Globo.

E ganha.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em 1982, como se sabe, Leonel Brizola ganhou a eleição para governador do Rio, depois de derrotar o candidato dos militares, Wellington Moreira Franco – a quem ele chamava de “gato angorá da ditadura” - Roberto Marinho, o SNI, a Justiça Eleitoral e a Polícia Federal.

Do Blog CONVERSA AFIADA.

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