domingo, 20 de março de 2011

“Filho pobre”. Grupo Folha é acusado de precarizar redação do jornal Agora SP


Izabela Vasconcelos - Publicado no Comunique-se
Os jornalistas que trabalham no Agora SP, veículo popular do Grupo Folha, estão passando por maus momentos. Segundo apuração do Comunique-se, os profissionais chegam a trabalhar de 12 a 15 horas por dia e não têm direito a banco de horas ou horas extras. Além disso, a empresa cortou todos os freelancers que cobriam férias de outros jornalistas. No entanto, a empresa nega irregularidades. Com o enxugamento da redação, os repórteres chegam a cuidar de 8 a 15 pautas por dia e ainda são pressionados a não cometerem nenhum erro, mesmo com o volume de assuntos para apurar. Ao contrário do que acontece na Folha de S.Paulo, os repórteres do Agora têm plantão a cada duas semanas, já na Folha o intervalo é de três semanas. Procuradas pela reportagem, algumas fontes confirmaram as irregularidades. “Parece absurdo, mas até pra sair, e beber água, é difícil, porque temos várias pautas e depois ainda há as especiais”, disse uma delas, que afirma que os jornalistas se sentem pressionados, porque podem ser demitidos por motivos banais. Segundo esses mesmos profissionais, a empresa ignora todas as irregularidades. Como exemplo, citam o caso de um repórter que chegou a trabalhar com a perna engessada, com grande desconforto. Ao Comunique-se, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo disse desconhecer as irregularidades. No entanto, o presidente da entidade, José Augusto Camargo, afirmou que não se surpreende com o caso. “Vindo do Grupo Folha, é possível, ainda mais com o ‘filho pobre’ deles”. O secretário geral do sindicato, André Luiz Cardoso Freire, disse que irá apurar a denúncia e agendar uma reunião com representantes do veículo. A direção do jornal Agora negou as irregularidades e disse que a empresa cumpre todas as normas trabalhistas.
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Do Blog TERRA BRASILIS.

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