quarta-feira, 16 de março de 2011

Dá gosto de ler. E quem não se lembra do Bornhausen cheio de ódio contra o PT e o Lula?


Em petição de miséria

Dora Kramer, O Estado de S.Paulo

O partido já foi influente e essencial: dividiu o poder com todos os governos da ditadura até a eleição de Lula e teve papel decisivo para a redemocratização, quando abandonou a candidatura presidencial apoiada pelo regime militar e se aliou à oposição para eleger Tancredo Neves no colégio eleitoral de 1985.

De Arena mudou para PDS, tornando-se Frente Liberal (PFL) ao se juntar com o MDB de Ulysses Guimarães. Virou Democratas em 2007 com o plano de se modernizar e livrar-se do estigma da ditadura, mas deu errado. Hoje o partido se reúne em convenção extraordinária para juntar os cacos e tentar sobreviver à derrocada total.

O DEM que nesta terça-feira elege presidente o senador José Agripino Maia é um partido em petição de miséria: bancada minguante no Congresso, quantidade decrescente de interessados em se candidatar pela legenda, destituído de base social, sem perspectiva eleitoral para 2012, desprovido de seu tradicional combustível (o poder) e com a imagem marcada pela cena de sua última aposta política de fôlego - José Roberto Arruda - recebendo dinheiro ilícito exibida em rede nacional.

Uma trajetória ladeira abaixo para adversário nenhum pôr defeito. Uma situação que não encontra semelhança em nenhuma outra agremiação do atual quadro partidário: o PMDB reinventou-se depois da Nova República e sobreviveu; o PSDB manteve presença nos grandes centros e mal ou bem sobreviveu à perda da Presidência da República.

Mesmo o PT, que em determinado momento pareceu soçobrar sob os escombros de um escândalo mais detalhado e abrangente que o vídeo que detonou Arruda, sobreviveu, reelegeu um presidente e elegeu a sucessora.

O que houve, então, com o DEM? Uma série de coisas. Um partido não tem morte súbita, definha.
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