domingo, 5 de setembro de 2010

O marketing de guerra: agressividade que tira votos



Um movimento de intenção de votos foi constatado tanto pelo Datafolha quanto pela diária do Vox Populi, com pesquisas realizadas na semana do "escândalo" da Receita. Curiosamente, há um indício que passou despercebido até pelos blog-jornalistas mais críticos.

por Weden, no blog do Nassif

As pesquisas mostram que a diferença aumentou "levemente" entre Dilma e Serra. Pode ser apenas uma variação "dentro da margem de erro". Mas podem ser também os primeiros indícios de que o eleitor que restou a Serra não está aprovando esta história de radicalização do discurso.

Mais uma vez o grande problema de Serra é ouvir quem não deveria. Serra precisava estancar a queda. Como quase conseguiu. Além disso precisava roubar uns 8 pontos de Dilma, o que tornaria bem provável o segundo turno.

A missão não era fácil, mas parece que para Serra nada é tão ruim que não possa piorar.

Não foram poucos os jornalistas e correligionários que pediram a Serra que elevasse o tom. Segundo eles, isso sim seria fazer oposição.

Num dos mais infelizes artigos já produzidos na grande imprensa, o editorialista do GLobo Luis Garcia,por exemplo, implorava que Serra desse "um ou dois murrinhos" na mesa. Em palavras menos delicadas, isto significou um apelo para que Serra "partisse pra porrada".

Como designou Fernando Rodrigues, Serra acabou aceitando a sugestão da "ala maçaranduba" do PSDB (e da imprensa).

Isso geralmente não dá certo. Lula assustou eleitores durante três eleições com uma retórica mais dura. Quando amenizou o discurso, a aceitação foi mais natural - lógico, que só isso não explica sucessos e insucessos, mas é fator a ser levado em conta.

A pedido dos mesmos partidários da porrada, Alckimin já em desespero foi a um debate em 2006 como um "delegado de porta de cadeia", segundo a expressão de Lula. A imprensa amiga comemorou o novo "ethos" daquele que humoristas apelidaram de Picolé de Chuchu.

O resultado foi catastrófico: Lula aumentou ainda mais a vantagem poucos dias antes das eleições.

Eleitor não gosta de quem bate, e nem gosta de quem se faz de vítima. Justamente o duplo equívoco de Serra nesta semana que termina.

Olhando os números, percebe-se por exemplo que o nível de rejeição aumentou no Datafolha.

Descendo a porrada, o que Serra pode conseguir mesmo é descer abaixo dos 25%. O que não seria ruim para sua carreira.

Seria humilhante.
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Do Blog O TERROR DO NORDESTE.

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