quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Tucanos vão demitir 1.400 e privatizar a TV Cultura em fatias

Com o aval do ex-governador José Serra (PSDB/SP) e do atual governador, Alberto Goldman (PSDB/SP), o presidente da TV Cultura do Estado de São Paulo, João Sayad planeja demitir 1.400 funcionários (80% do quadro de pessoal), reduzindo dos atuais 1.800 para 400.

Cultura só no nome

A TV perderá a função pública de produzir a maioria dos programas e passará a comprar produções de terceiros (inclusive internacionais), à semelhança de um canal a cabo.

Privatização do patrimônio

Seguindo a cartilha demo-tucana, o "choque de gestão" passa pelo desmonte "osso por osso" da emissora, com privatização do patrimônio, em fatias.

Advogados da emissora já estudam o modelo de fatiamento para privatização. Na mira está a venda dos estúdios e edifícios na Água Branca, em São Paulo, pertencentes à Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV.

Em reuniões internas, Sayad tem dito que a Cultura só precisa de 400 funcionários, e que "ficariam muito bem instalados" em um andar de um prédio comercial.

Fim do noticiário alternativo ao PIG

Telejornais diários serão extintos. Os demo-tucanos acham "caro" e acham que as redes comerciais produzem melhor.

É uma visão tacanha dos demo-tucanos. Os telejornais comerciais brigam por audiência, tem uma pauta muita vezes sensacionalista, maçante sobre temas polêmicos como assassinatos de comoção nacional, e são politicamente e culturalmente engajados com os valores e interesses dos barões da mídia.

Os telejornais públicos devem servir justamente para publicar o outro lado da notícia que os telejornais comerciais não publica. Devem dar voz a quem não se vê na tela da Globo. Há uma ausência enorme de notícias sobre a maioria silenciosa das periferias, sobre as cidades do interior paulista, sobre movimentos populares, sobre controle social de políticas públicas, e sobre populações marginalizadas, sejam minorias, sejam maiorias.

A partir de setembro, o Jornal da Cultura, com Maria Cristina Poli, deixará de produzir noticiário e apenas debaterá o noticiário veiculado nos canais comerciais, ou seja, será uma versão repaginada do "meninas do jô".

Corte de receitas

Bem ao estilo demo-tucano de privatizar, a venda de patrimônio, e vez de economia, trará prejuízo nas receitas. A TV demitirá 1400 trabalhadores em vão, porque não haverá economia líquida para o estado. Os cortes de custos virão acompanhados dos cortes de receitas.

Ao desativar sua produção própria, a TV perderá receitas de R$ 50 milhões de anunciantes privados, e R$ 60 milhões da produção de programas para outros órgãos públicos, como o Tribunal Superior Eleitoral, para a Procuradoria da República, a TV Assembleia (do Estado de S.Paulo) e a TV Justiça.

Provavelmente, o "sortudo" que "comprar" os estúdios na Água Branca ficará com esse lucrativo filão de mercado, e ainda passará a ter o governo de São Paulo como "cliente".

Demissões em massa

Por causa do ano eleitoral, os cerca de 1.000 a 1.200 funcionários contratados em regime de CLT não podem ser demitidos até dezembro. Sayad precisará do apoio do futuro governador, inclusive porque terá de contar com verbas extras no orçamento do estado para pagar as indenizações.

Já os profissionais contratados como pessoas jurídicas (600 a 800 pessoas que têm microempresas) podem ser demitidos a qualquer momento que a rescisão dos contratos permitir. (Com informações do R7/Daniel Castro)

Nenhum comentário: