segunda-feira, 16 de agosto de 2010

TUCANOS EM DESESPERO

16 Agosto 2010

Bico Veteranos, sobretudo no Senado, reclamam que até hoje a campanha de Serra não convocou nenhuma reunião para engajar as bancadas tucanas. Também é verdade, porém, que o único senador do PSDB a demonstrar no Twitter empenho pela candidatura presidencial do partido é Alvaro Dias (PR).

Silêncio 1 Desabafo de um candidato a governador alinhado à campanha nacional da oposição e bem posto nas pesquisas em seu Estado: "Consigo falar com todo mundo, menos com o meu candidato à Presidência".

Silêncio 2 O candidato ouviu o conselho de um tucano acostumado com o fuso horário de Serra: "Por que você não experimenta ligar para ele de madrugada?".

Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Comentário do Luiz Nassif
Como Ministro da Saúde, Serra mantinha as portas do gabinete fechadas a qualquer reunião. Não recebia Secretários de Saúde, gestores, políticos. No Palácio Bandeirantes, nenhum prefeito conseguiu ser recebido por Serra. Era refratário a reuniões de secretariado, a despachar individualmente com secretários, a receber representantes de qualquer entidade - seja de trabalhadores, empresários ou movimentos sociais. Da Prefeitura, não tenho muitas informações, mas duvido que tenha se reunido uma vez sequer com os sub-prefeitos.
Na campanha, jamais se reuniu para valer com aliados, conselheiros externos, lideranças do PSDB e de partidos aliados. Nunca acatou uma sugestão sequer.
Seu mundo se resume a algumas poucas pessoas do seu círculo íntimo. E vem sua campanha martelar essa questão da experiência política? Será que se esqueceram da definição de política, do papel político da mediação?
Se eleito, como administraria uma sociedade civil que ganhou musculatura e aprendeu a ser ouvida, que passou a se organizar em torno de conferências nacionais (processo que vem desde os anos 90 e ganhou impulso nos últimos anos) ou a participar da elaboração de programas, como em Minha Casa, Minha Vida? Como administraria demandas do agrobusiness e da agricultura familiar, dos estados e municípios, da economia real e da financeira, dos movimentos sociais? Como aprenderia com as críticas, se qualquer arremedo de crítica oxida seus nervos de aço e provoca ou reações infantis (como nas pressões sobre jornalistas) ou travamento de suas ações (como na greve da Polícia Civil e nas enchentes de São Paulo).

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