sábado, 10 de janeiro de 2009

A era do triunfo da imagem - A Bolha de vidro do novo "Big Brother".


Mensagem enviada por e-mail pela Amiga Odilia Braga, com quem tive a honra de trabalhar, que resolvi publicar, mas antes segue minhas observações.


Notas da Redação do Saraiva 13:

1- Quanto ao Big Brother Brasil considero uma baixaria de péssimo mau gosto, cheguei a assistir o primeiro porque novidade, mas não agüentei o segundo e não sei como tem gente que ainda assiste. Só mesmo, me desculpem a sinceridade, os bobos que assistem a TV Globo é que possibilitou e ainda possibilita a produção de tal programa até os tempos atuais, mas rola muito dinheiro e publicidade. Não vejo e mais uma vez, com todo respeito aos que assistem tenho pena de quem vê. Mas mesmo não concordando com a baixaria do programa que está entre sempre classificados entre as três maiores baixarias das TVs brasileira, Globo sempre com os dois primeiros lugares, defendo até a morte o direito de liberdade de qualquer pessoa ler e assistir o que bem entender.

2 -No que diz respeito ao outro Programa de TV, Bruna Surfistinha, também assisti por acaso uma única vez e também por se tratar de pornografia e baixaria e se vendeu tantos livros e porque por traz de tudo isto rola muito dinheiro e tem gosto para tudo: Pornografia, Pedofilia, Prostituição Infantil, etc., então estou fora. Quero deixar bem claro que não se trata de falso moralismo da minha parte, mesmo porque não sou nenhum momge budista ou "santo", mas ao que ao meu modo de ver poderia ou não passar em canal aberto de Tv e não se diga que só vê quem assina porque parte do programa passa a ttítulo de propaganda, inclusibe em horários que menores ainda estão em frente à televisão.

3 -Quanto aos Blogs, não concordo que eles em princípio serviriam para divulgação de pessoas ou imagens, e, até mesmo dos próprios blogueiros. Existe aqui um certo preconceito e porque não dizer uma preocupação da mídia hegemônica, principalmente no Brasil, com Jornalismo de péssima qualidade com os Blogs atuais, de grandes Jornalistas e até mesmo não Jornalistas, como no meu caso, que se utilizam dos Blogs para combater a mídia golpista, defender posições políticas, lutar por justiça social, combater com coragem o próprio poder judiciário que a partir do ministro? Marcos Aurélio de Mello como presidente do TSE e agora com Gilmar Mendes, presidente do STF, tornou o Judiciário objeto de piadas, atingindo as imagens de Juizes de Primeira Instância que são trabalhadores, cumprem sua função jurisdicional com dignidade e honram a toga que vestem, ao contrário dos Ministros? Acima citados VERDADEIRAS VERGONHAS PARA A MAGISTRATURA NACIONAL, quando deveriam ser exemplos, ao contrário não honram as togas que vestem.
Os Blogs sérios, ou melhor, OS VERDADEIROS BLOGS são por exemplos encontrados entre os que estão em Minhas Últimas Notícias e em Meus Favoritos.
Hoje os melhores Jornalistas não trabalham mais para a imprensa Golpista com suas Tvs, Rádios, Jornais e Revistas, como por exemplo, Organizações Globo, Folha de S. Paulo, Estadão, Veja e cia., que inclusive por perderem audiência e vendagem de seus produtos criaram blogs para seus jornalistas e colunistas, mas estes blogs são TENTÁCULOS das empresas de seus patrões.Nenhum deles chegam aos pés de um EDUARDO GUIMARÃES, NOGUEIRA JR, MINO CARTA, EMIR SADER, só para exemplificar.
Eles, assim como o Meu Blog e os que aprovo lutam por uma Mídia Livre, Consciente, Responsável com os Fatos, repassando notícias sem manipulações, omissões e deturpações, cumprindo uma função social que eles tinham o dever de cumprir, mesmo porque dependem de concessão pública e a função da mídia é informar, com liberdade de expressão, mas com responsabilidade e não como vem acontecendo.
O mundo já chegou a conclusão de que A SAÍDA É A INTERNET, onde os BLOGS são os destaques e sem os VERDADEIROS BLOGS estaríamos perdidos e totalmente desinformados.
AS opiniões da Antropóloga Paula e da Professora de Literatura da UFRJ, em que pesem bem elaboradas e fundamentadas, como todas as teses, inclusive a minha, deve ser analisado com cautela para não chegarmos a um SOFISMA SURREALISTA. Embora não seja Jornalista, mas Juiz de Direito Aposentado pelo TJ/RJ, no ano passado freqüentei um Curso de Extensão de Jornalismo também na UFRJ, tendo como coordenador o Prof. EVANDRO OURIQUES, onde foram Palestrantes Grandes Professores de Jornalismo, inclusive da USP, como o Doutor José Coelho Sobrinho, conhecido nacional e internacionalmente e muito se falou sobre o comportamento de mídia, com citações dos Grandes Mestres da Ciência Jornalística, como Angel Faus Belau, Adelmo Genro Filho, Manoel Carlos Chaparro, Iara Vidal Pereira de Souza, Perseu Abramo e outros e a conclusão que cheguei com os estudos e trabalho que apresentei, porque não restou dúvidas de que depois do Golpe de 1964 o principal objetivo da "Grande Mídia", que de grande não tem nada é a MAMIPULAÇÃO.
Graças aos bogs vocês leitores tomam conhecimento de matérias e notícias que jamais iriam ver ou ouvir em Jornais, Revistas, Rádios e TVs brasileiras.
Pensem nisto.
Carlos Alberto Saraiva
Ou Saraiva 13

Vejam que análise interessante.

A era do triunfo da imagem

Divulgação

Bolha de vidro do novo "Big Brother": reconhecer-se a partir do olhar do outro é característica humana, diz o psicanalista Benílton Bezerra Jr.

Por Olga de Mello, para o Valor, de São Paulo09/01/2009 - Valor Econômico

Apresentação ou representação? Desde a consolidação da sociedade do espetáculo nos últimos anos, essa pergunta chama a atenção de intelectuais no mundo todo. No Brasil, com a estréia de mais uma temporada da febre "Big Brother", na terça-feira, o debate ganha interesse renovado. Em seu livro "O Show do Eu - A Intimidade como Espetáculo", recentemente lançado pela Nova Fronteira, a antropóloga Paula Sibilia analisa a questão ao abordar vários aspectos da valorização de comportamentos e atitudes pela proliferação de "reality shows" expondo a vida dos anônimos.


"Cada vez mais é preciso aparecer para ser. A espetacularização tornou-se um modo de vida, esvaziando o interesse do público pela criação ficcional", afirma a antropóloga. "A ficção, que preenchia a vida e era capaz de refletir sobre a existência com profundidade, perdeu para uma teatralização da existência, que, por sua vez, encobre a crise do real", prossegue.

Esse fenômeno não é exatamente novo. Escândalos e idiossincrasias sempre atiçaram a curiosidade pública, consagrando personagens admirados ou detestados por multidões ávidas por conhecer a intimidade de aristocratas, políticos e artistas. Em 1885, o cortejo fúnebre do escritor francês Victor Hugo, por exemplo, atraiu às ruas de Paris 2 milhões de pessoas.

Mas os tempos são outros: sem uma obra tão consistente quanto a de Hugo, o jornalista Jean Willys, conhecido por participar do programa "Big Brother Brasil", foi o escritor mais assediado na Bienal do Livro do Rio, há dois anos. Na mesma época, o blog da garota de programas Bruna Surfistinha gerou um dos principais sucessos do mercado editorial brasileiro, chegando a vender mais de 200 mil livros.

Casos semelhantes aos de Willys e de Bruna, que ingressaram no grupo cada vez mais numeroso de celebridades notabilizadas ao mostrarem seu cotidiano na mídia, surgem diariamente. Em 2001, a internet contabilizava cerca de 3 milhões de blogs. Hoje, eles chegam a 100 milhões, mais do que o dobro que abrigava há um ano. Se a princípio os blogs atendem ao interesse pela intimidade alheia, eles estariam servindo mais para a divulgação de pessoas do que para revelar aspectos inusitados do cotidiano.

"O blog está distante dos diários íntimos da sociedade do século XIX, em que os cadernos continham segredos confiados apenas ao confessor dos autores. A busca pelo relato genuíno leva ao sucesso de blogs e 'reality shows', porém dificilmente encontraremos autenticidade no espaço virtual ou na televisão", afirma Paula. "Vivemos a era do triunfo da imagem, obedecendo a padrões estéticos que utilizam o photoshop para retirar rugas e imperfeições que os corpos não conseguem esconder."

Autora de "Segredos Íntimos", Luíza Lobo, professora de literatura da UFRJ, estuda a progressão dos relatos de diários confessionais a blogs. Para ela, há uma distinção nítida entre registros que servem à reflexão de seu autor e o que se veicula pela internet. "O blogueiro, aparentemente, promove a união entre o público e o privado, sem deixar de fixar limites, protegendo-se sob pseudônimos. O blog é como um grafite. Mais que um desabafo, é uma expressão direcionada a outros", diz Luíza.

Paula vê nos blogs o reflexo da mudança da textura do real, que exige personalidades maiores do que suas realizações. Para a antropóloga, o esvaziamento da interioridade seguiria a revolução tecnológica iniciada na segunda metade do século XX, que privilegia a interação a distância, sem, no entanto, revelar pessoas reais. O mundo virtual estimularia a criação de aparências sem conteúdo próprio.

"O blog passou a ser instrumento para o fortalecimento daquela grife que hoje representa a pessoa. Atualmente, todos precisamos da imagem, mesmo os anônimos. Isso já ocorria entre artistas, como Salvador Dali e Andy Wahrol, que criaram personagens tão marcantes quanto seus trabalhos. Agora, essas figuras se sobrepuseram aos criadores", comenta Paula. "Todo mundo sabe quem é Madonna, mas poucos conhecem suas músicas. Ela é uma marca, não apenas uma artista, que provoca mais interesse pela personagem do que por sua obra. Hoje, qualquer um quer mostrar sua marca, mesmo que sem uma obra a apresentar."

A antropóloga vê ainda um novo produto cultural criado a partir do anseio pela autenticidade da vida real: compositores, escritores e artistas não apenas ganham biografias (autorizadas ou não), mas são transformados em personagens de relatos ficcionais, como Virgínia Woolf em "As Horas", livro de Michael Cunnningham. No cinema, Jane Austen vira a protagonista de um romance bastante semelhante às tramas que imaginou no filme "Amor e Inocência", enquanto o processo de criação de Shakespeare se mistura à paixão ficcional por uma personagem que jamais existiu na realidade, em "Shakespare Apaixonado".

Reconhecer-se a partir do olhar do outro é uma característica humana, percebida em qualquer cultura, lembra o psicanalista Benílton Bezerra Jr. A possibilidade de ter um blog lido em qualquer parte do planeta expandiu um espaço social que, há 50 anos, se restringia a círculos restritos, obrigando cada um a mostrar seu valor individual, diz Benílton.

Para ele, é importante destacar os pontos positivos dessa exposição do íntimo. "Estamos observando um fenômeno complexo. Existe uma certa preocupação com os que preferem o mundo virtual a interagir pessoalmente com seus interlocutores. No entanto, ninguém mais precisa permanecer em total isolamento. Até os mais tímidos podem encontrar seus semelhantes na internet."


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