domingo, 11 de janeiro de 2009

Brasil não pode ficar indiferente à morte de civis, diz Amorim.



Matéria e Foto copiados do site do Terra, Domingo, 11 de janeiro de 2009, 19h13 Atualizada às 19h38.
Oriente Médio
Domingo, 11 de janeiro de 2009, 19h13 Atualizada às 19h38
Brasil não pode ficar indiferente à morte de civis, diz Amorim
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, pediu neste domingo à chanceler israelense, Tzipi Livni, uma saída pacífica para a crise na Faixa de Gaza, durante uma reunião em Jerusalém na qual destacou o "valor do Brasil como interlocutor" internacional. Amorim, cujo governo condena a ação "desproporcional" de Israel em sua guerra contra o movimento radical palestino Hamas e insiste em um cessar-fogo, transmitiu a posição brasileira sobre o conflito, em um encontro que qualificou de "positivo", apesar das "diferenças" entre os dois países.
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Número de mortos
Palestinos: 828
Israelenses: 13
Crianças (de ambos os lados): 235
Fonte: CNN
O ministro afirmou que disse à Livni que o Brasil "condena, obviamente, os ataques terroristas", mas que não pode ficar "indiferente à morte de tantos civis" na Faixa de Gaza. "O valor do Brasil como interlocutor foi reconhecido" durante a reunião com a chanceler israelense, destacou Amorim.
"Todos os países que são amigos de Israel e dos palestinos" devem trabalhar com a finalidade de "propiciar um clima de paz e convivência", disse Amorim aos jornalistas. O chanceler informou que tratou com Livni de "dois ou três casos" de brasileiros retidos na Faixa de Gaza que desejam ser evacuados. Ele disse que escreverá uma carta solicitando formalmente à Israel que permita a saída destas pessoas.
Amorim evitou dar detalhes do encontro com Livni até concluir suas reuniões desta segunda-feira, em Ramallah (Cisjordânia), com o premier palestino, Salam Fayyad, e o chanceler palestino, Riad Malki. O encontro de Amorim com Mahmud Abbas foi anulado porque o presidente palestino está na Jordânia.
Amorim chegou a Jerusalém procedente da Síria, onde foi recebido pelo presidente Bachar Al Assad e pelo chanceler Walid Muallem, na primeira etapa de seu giro pelo Oriente Médio. Ao término de seu encontro com Al Assad, o chanceler brasileiro defendeu o "diálogo" e disse que o "primeiro passo que deve ser dado é restaurar a paz" na Faixa de Gaza.
Amorim lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a realização de uma conferência internacional para encontrar uma solução para o conflito. "Acreditamos na necessidade de realizá-la", disse.
Ao lado de seu colega sírio, Amorim afirmou que Damasco "é um importante interlocutor para a paz na região e deve desempenhar um papel construtivo". A Síria, que não mantém relações diplomáticas com Israel, suspendeu suas conversas indiretas com o Estado hebreu, através da Turquia, em protesto contra a ofensiva israelense em Gaza para desarticular o movimento radical palestino Hamas.
"As situações mais desesperadoras podem ser tratadas de forma positiva quando há vontade política", acrescentou o chanceler, lembrando que o Brasil tem cerca de 10 milhões de habitantes de origem árabe e uma importante e ativa comunidade judaica. "Esta coexistência é parte de nossa realidade", afirmou.
O chanceler brasileiro viajará na terça-feira a Amã, onde se reunirá com o rei Abdullah II da Jordânia e seu colega Salah Bashir. Na capital jordaniana, Amorim presidirá a cerimônia de entrega de 14 t de alimentos e medicamentos enviados pelo Brasil às vítimas da ofensiva israelense sobre a Faixa de Gaza.
A ação de Israel na Faixa de Gaza, deflagrada em 27 de dezembro, já matou quase 900 palestinos, incluindo centenas de crianças.
AFP

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